Acorda calma a manhã.
Preguiçosa. A bocejar.
Parece que a força da Natureza
desafia à serenidade
com vontade de tudo arrumar.
O vento preso na brisa amena
adormece as nuvens em suave deslizar.
O sol indolente no raiar
aquieta o brilho provocante do roseiral.
A gata enrosca-se no seu abrigo
sem vontade de me afagar.
E é então que me apetece arrumar-me.
Sereno as mãos em gestos de seda,
indolentes no versejar.
Arrumo o olhar no casulo da mariposa,
preguiçoso em se soltar.
Parece estar tudo aprumado no seu lugar.
Só restam sonhos e mais sonhos,
alguns muito difíceis de arrumar.
MV