A lua vela-lhe o sono
O peito acorda
em roseiras podadas
O vento em fúria engaiolado
Repouso dos sentidos fatigados
Um rasgo em sombras densas
A pele velha dos dias esfoliada
regenerada com loção florida
Com vagar
regatos de luar
correm em surdina
prenunciam outro dia
debulham palavras e sentidos
e inscrevem
neste velar clandestino
que numa queda
nem sempre se partem
as cordas do violino.
MV