sábado, 27 de março de 2010

FANTASIA



Quando o vento cruza os ramos da hortelã
esboroam-se pérolas que as aves dançam nas asas
Repousam palavras na sombra das horas
à espera  que uma quimera acene
O sonho cresce
a fantasia dança na tarde encantada
As aves baixam
trazem nas asas palavras já lavradas
Uma brisa balança-se nos recantos da tarde
e a hortelã descruza os ramos
numa dança indomada que ninguém vê.
E nesta fantasia, talvez vã
sou vento, ave, sonho
sou ramo de hortelã


MV

sábado, 13 de março de 2010

AGITAÇÃO



As palavras do meu poema
têm a cor da saudade.
Talvez a saudade absurda de sonhos
medrados  na inocência dos cravos.
As rimas do meu poema
têm o odor da saudade.
Talvez a saudade proibida
de sonhar em contra-mão.
As metáforas do meu poema
têm o paladar da saudade.
Talvez a saudade envergonhada
do hálito quente deixado pela voz das cigarras.
E assim me agito neste ninho de saudades
sem descanso para as minhas asas remendadas.

MV