Lápis de cristal
vagaroso
a colher palavras.
Borracha de seda
em recusa do risco apagar.
O rascunho do poema
sobre a mesa
ousa começar.
Marcas desamparadas
aconchegam-se na raiz do papel.
Sopram ventos que se cruzam
sem dependência das mãos.
As palavras rugem a fracturar-se
e o rascunho do poema
sobre a mesa
fica por acabar.
MV