sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

SOBRE A MESA


Lápis de cristal
vagaroso
a colher palavras.
Borracha de seda
em recusa do risco apagar.
O rascunho do poema
sobre a mesa
ousa começar.

Marcas desamparadas
aconchegam-se na raiz do papel.

Sopram ventos que se cruzam
sem dependência das mãos.
As palavras rugem a fracturar-se
e o rascunho do poema
sobre a mesa
fica por acabar.

MV

12 comentários:

mundo azul disse...

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...como mágica ele acabou-se e está aqui! Belo e faceiro poema...


Beijos de luz, o meu carinho e saudades!!!

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Anónimo disse...

Belo poema, reflectindo sobre o acto de escrita; infelizmente, ou não, a minha escrita não surge. Tenho estado mais tempo ausente por isso e pelo facto de a profissão estar a exigir mais de mim, estando eu a gostar do que faço durante este ano. Estou na biblioteca da escola, fazendo animação da mesma e outros trabalhos. Obrigado pelas tuas palavras deixadas no meu espaço. Abraço.

jose marinho disse...

Anónimo?... Fui eu, José Manuel Marinho.

Armando Sena disse...

Maldita pena que não expressa a pena que nos vai na alma.

Teresa disse...

Marta,

O seu Poema é a prova que na Poesia não há rascunhos!

Beijinho.

Secreta disse...

Sobre a mesa, nasce poema, espalham-se sentimentos.

Aníbal Duarte Raposo disse...

Cara Marta,
E o poema emancipou-se e decidiu que teria um fim. Lindo!
Beijo

Fatima disse...

Uma viagem às profundezas do poeta...mais uma vez gostei.

Bjo
Fatima

A.S. disse...

O poema rasga o peito... palavras sangrando sobre o rascunho sobre a mesa...


Beijos!
AL

Nilson Barcelli disse...

Mas já é um rascunho de poema...
E que dá uma trabalheira, pelo menos s mim.
Gostei bastante.
Beifjos, querida amiga Marta.

Rafael Castellar das Neves disse...

Bom isso, hein? Gostei da cena...é um grande momento: o da criação!

[]s

José Marinho disse...

Uma ótpima reflexão sobre a génese do poema - feito, mas não acabado. Abraço.