Lápis de cristal
vagaroso
a colher palavras.
Borracha de seda
em recusa do risco apagar.
O rascunho do poema
sobre a mesa
ousa começar.
Marcas desamparadas
aconchegam-se na raiz do papel.
Sopram ventos que se cruzam
sem dependência das mãos.
As palavras rugem a fracturar-se
e o rascunho do poema
sobre a mesa
fica por acabar.
MV
12 comentários:
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...como mágica ele acabou-se e está aqui! Belo e faceiro poema...
Beijos de luz, o meu carinho e saudades!!!
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Belo poema, reflectindo sobre o acto de escrita; infelizmente, ou não, a minha escrita não surge. Tenho estado mais tempo ausente por isso e pelo facto de a profissão estar a exigir mais de mim, estando eu a gostar do que faço durante este ano. Estou na biblioteca da escola, fazendo animação da mesma e outros trabalhos. Obrigado pelas tuas palavras deixadas no meu espaço. Abraço.
Anónimo?... Fui eu, José Manuel Marinho.
Maldita pena que não expressa a pena que nos vai na alma.
Marta,
O seu Poema é a prova que na Poesia não há rascunhos!
Beijinho.
Sobre a mesa, nasce poema, espalham-se sentimentos.
Cara Marta,
E o poema emancipou-se e decidiu que teria um fim. Lindo!
Beijo
Uma viagem às profundezas do poeta...mais uma vez gostei.
Bjo
Fatima
O poema rasga o peito... palavras sangrando sobre o rascunho sobre a mesa...
Beijos!
AL
Mas já é um rascunho de poema...
E que dá uma trabalheira, pelo menos s mim.
Gostei bastante.
Beifjos, querida amiga Marta.
Bom isso, hein? Gostei da cena...é um grande momento: o da criação!
[]s
Uma ótpima reflexão sobre a génese do poema - feito, mas não acabado. Abraço.
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