No lugar onde o vento pára
acalmam os olhos rasos de tempestade.
Imobilizam-se os poros da terra
repousa o cardo,
a urze, a esteva.
O dorso do rio prende a canção nocturna
enquanto a lua suspende a respiração.
Nas estrelas o estremecimento pára
e as aves recolhem o voar.
Do céu um silêncio parido
abençoa a terra sem o mais leve movimento.
Ela é a única que se eleva
para não se afogar na virgindade do silêncio.
MV