segunda-feira, 29 de junho de 2009

PRÉMIO LEMNISCATA



AGRADEÇO ESTE PRÉMIO AOS AMIGOS JOTA (POEMAR-TE), ISABEL (ARTISTA MALDITO) E "PRINCESA" ( O NOSSO CASTELO)


TRANSCREVO O TEXTO QUE SE ENCONTRA PUBLICADO NO BLOG "ARTISTA MALDITO" SOBRE O SIGNIFICADO DESTE PRÉMIO:


“O selo deste prémio foi criado a pensar nos blogs que demonstram talento, seja nas artes, nas letras, nas ciências, na poesia ou em qualquer outra área e que, com isso, enriquecem a blogosfera e a vida dos seus leitores."

Sobre o significado de LEMNISCATA: “curva geométrica com forma semelhante à de um 8; lugar geométrico dos pontos tais que o produto das distâncias a dois pontos fixos é constante.” Lemniscato: ornado de fitas; Do grego Lemniskos, do latim, Lemniscu: fita que pendia das coroas de louro destinadas aos vencedores (In Dicionário da Língua Portuguesa, Porto Editora).

MV



segunda-feira, 22 de junho de 2009

POEMA CAÍDO

Uma a uma as palavras foram caindo
da escada que sustinha a vida do poema

Um poema a respirar a madrugada das amoras
embriagado no roçar macio das uvas

Um poema que crescia enchendo a casa
ilustrando nas paredes a ternura dos dias

Um poema que chorava sozinho
quando todos sorriam

Agora sou sou eu que choro
sobre as lágrimas do poema caído

MV

terça-feira, 16 de junho de 2009

O MEU POEMA

















(foto MV)

O meu poema é a cal que a chuva arranca ao muro
ou o muro lavado pela chuva.
É a erva daninha crescida no meio do trigo
ou o trigo nascido no meio do joio.
É a fera de cornos em afiados
ou o touro bocejando lírios.
É a maçã podre a arrepiar-me
ou a cor dessa maçã a seduzir-me.
O meu poema sou eu Hoje
Ontem
Amanhã.
É intemporal.
O meu poema é sempre vento ou brisa no peito
na velocidade com que as mãos lhe colhem as palavras.

MV

domingo, 7 de junho de 2009

VÍRGULA E RETICÊNCIAS



Rápido este pulsar que tenho no peito
como o bater tonto das asas das borboletas.
É festa em gestação de palavras envergonhadas.
Na hora em que me expulso do sonho
a vírgula aparece e reduz o compasso da pulsação.
A borboleta abranda. Descansa.
Pousa nas reticências do vento suão.
Entre o tempo da vírgula e das reticências
continua o pulsar do coração.


MV

quarta-feira, 3 de junho de 2009

O QUE NÃO SEI DIZER


















Se alguém um dia me perguntar
onde nasce a fonte de inspiração
só poderei responder que sai
da raiz profunda do olhar
de leitos secos pelo estio das mãos
da água que lava e suja os dias
de rios encalhados em muro de betão
da obstinação de segredos acautelados
da seiva rebentada em mãos de desejo
dos subúrbios esfarelados da memória.

Ou tão somente poderei responder
que brota daquilo que não sei dizer.

MV