Enlaçada no seu brilho de prata,
entrei.
Senti o vigor de mãos a falarem,
tactearam-me olhos de luz,
acorrentaram-me braços
num abraço de alienação.
fui chegando sem rota
sem direcção
sem hoje, sem ontem
e sem amanhã.
Acostei a cabeça aos olhos da lua
e adormeci em lençóis de vento.
Caminhei por caminhos desviados da razão
enquanto me esquecia que daí a pouco
podia já não ser nada.
MV
6 comentários:
Excelente poema, querida amiga. Não é fácil fazer levitação com as palavras... mas tu conseguiste-o...
Bom fim de semana.
Um beijo.
As maiores barreiras são as que não se tocam ou vêem...mas não ha eco sem som de origem e paredes para a guiarem.
Um bjo
Fatima
Bonito os poemas, mas porque "Lua com dona" ?
Belo poema. "Ser nada" é o nosso destino, mas enquanto por cá andamos ser tudo é urgente, porém serenamente, sem que o outro seja magoado e nós também, o que é difícil. Abraço.
Obrigada à Fátima, ao Nilson e ao autor de Poemar-te pelos comentários, com a certeza de que em breve os visitarei.
Agradeço igualmente o comentário anónimo e a questão colocada. É bom questionar. O título aparentemente ligeiro e com “rosto brincalhão” roda à volta de uma metáfora de sentido muito pessoal, além de que foi escolhido para um blogue, na altura, sem rumo. Assim, fica uma explicação breve:
Dona - força, domínio, posse sobre campos emocionais
Lua – a atracção, o incontrolável e, ao mesmo tempo, o impossível
Muito bonito este poema. Uma divagacao fantastica num Universo onde apenas quem sente que o mundo nao e' apenas o que banalmente se nos apresenta.
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