sexta-feira, 8 de abril de 2011

OMBRO VAZIO


"MULHER" de Maria Dulce Ferreira
(Obrigada Dulce pela ternura do gesto.)



O ombro em que lhe pousou a lua
está vazio.
Só uma sombra infinita o povoa
involuntariamente caída
das insónias sucessivas das rosas.
Um ombro que
por sistema
convoca o silêncio
o frio
e que mudo
arranca memórias
do desencontro de estrelas.
Poeiras no tempo
no centro do desconforto
de um ombro vazio
de calor e luz.

MV



10 comentários:

tecas disse...

Não é somente lindo este poema...tem alma nas palavras, querida!
«Um ombro que
por sistema
convoca o silêncio
o frio
e que mudo
arranca memórias
do desencontro de estrelas»
Seguimento com essência.
Alma «ombro» triste e só.
A imagem de Maria Dulce Ferreira, honra o poema. Dupla perfeita.
Bjito e duas flores. Uma para cada uma.
Bom fim de semana.

José Marinho disse...

Um ombro nunca poderá estar vazio de "calor e luz". Belo poema. Abraço.

Eu disse...

Precisamos nos sentir amparados.
Agasalhados de bons sentimentos que nos tornem protegidos.

Belíssimo poema!

Um abraço carinhoso

Armando Sena disse...

Uma maravilha. Tem uma dimensão para lá do real.
Muito bonito.

Teresa disse...

Um ombro vazio, mas onde o esquecimento só levou a metade,por isso anseia por calor e luz!
BELÍSSIMO!

Secreta disse...

Um ombro vazio de afectos...

Rafael Castellar das Neves disse...

E assim é a maioria dos ombros...mas a gente chega lá...

[]s

Anónimo disse...

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...tão belo, tão sentido!

Ombros vazios... Em algum momento, todos nós sentimos a vastidão do deserto noturno, dos ombros vazios e frios...
Tudo passa.


Beijos de luz e o meu especial carinho!!!

Zélia (Mundo Azul)

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Ana disse...

"Há ombros e ombros"
Amiga,como sempre,o teu blog me transmite paz.Obrigada.
Bjinho

Mel Almeida disse...

Uma belíssima tela, para um esplêndido comentário...poético!