sábado, 25 de julho de 2009

RASGÃO


foto MV



Nos arrabaldes das mãos
um caminho de silêncios.
Loendros inertes.
Tílias sossegadas.
Apenas o sopro do candeeiro teima escrever
uma mendicidade de palavras.
Amarelas.

Já a noite vai alta.
Já não me pode pertencer. Nem eu a ela.
Fecho com um pé a porta.
Devagar.
Com o outro esmago
o que as fendas dos lábios queriam dizer.
Uma prosa sem sentido.
Talvez há muito rasgada.

MV

19 comentários:

Anónimo disse...

e será que te deves assim conter, amiga?

o sabor da vida corre pelo imprevisto, devaneio, paixão...é quando nos desprendemos de certas amarras para que haja rasgão de amor - começando pelo nosso, amor-próprio!

ficou bem escrito, percebe-se a contenção e melancolia numa cor que deve traduzir um raio de sol!

bj grnd luz e paz

Anónimo disse...

então q as tílias te transmitam essa luz e paz em murmúrio de rio e pacata azáfama de vila ;)

sim, aquela foto foi na boca do inferno...nestes últimos 2posts, fotos de lá e da boca do inferno.

bjs, fica bem

Daniel Costa disse...

Marta

E uma noite de cansaço de escrever, não deve resultar esmagamento, é altura de dormir, deixar o ar sonolento, esperar por novo dia. Trará maior alento!
Beijos,
Daniel

soantes disse...

Gosto especialmente deste poema. Tenso, contido sim, mas harmónico, tem sentido musical, mas tem mais, o conteúdo, a metapoesia tão incorporada à vida e essa vida ligada ao espírito "pelos escuros da noite" como dizia uma idosa alentejana que brevemente ouvi.

Sonia Schmorantz disse...

Nem sempre as mãos obedecem os lábios, os pensamentos, a inspiração.. mas olhe! aqui mesmo a mendicidade de palavras fez pródigo poema...lindo!
beijos, ótimo domingo

A.S. disse...

Marta...

Também de rasgões são feitos os poemas...
Tudo o que é apaixonadamente belo, trás sempre consigo algum sofrimento...


Beijos...
AL

EDUARDO POISL disse...

A qualquer hora em que chegares,
sentarás comigo à minha mesa.
A qualquer hora em que bateres a minha porta,
o meu coração também se abrirá.
A qualquer hora em que chamares,
eu me apressarei.
A qualquer hora em que vieres,
será o melhor tempo de te receber.
A qualquer hora em que te decidires,
estarei pronto para te seguir.
A qualquer hora em que quiseres beber,
eu irei a fonte.
A qualquer hora em que te alegrares,
eu bendirei ao Senhor.
A qualquer hora em que sorrires,
será mais uma graça que o senhor me concede.
A qualquer hora em que quiseres partir;
eu irei à frente nos caminhos.
A qualquer hora em que caíres,
eu estenderei os braços.
A qualquer hora, em que te cansares,
eu levarei a cruz.
A qualquer hora em que te sentires triste,
eu permanecerei contigo,
A qualquer hora em que te lembrares de mim,
eu acharei a vida mais bela.
A qualquer hora em que partires,
ficarás com a lembrança de uma flor.
A qualquer hora em que voltares,
renovarás todas minhas alegrias.
A qualquer hora que quiseres uma rosa,
eu te darei toda roseira.
Eu te digo tudo isso, porque não posso imaginar
uma amizade que não seja toda,
de todos os instantes e para todo bem.

by: Cid Moreira

Desejo uma linda semana com muito amor e carinho.
Abraços
Eduardo

Andreia disse...

Ohhh que palavras! Fecha as portas e sela as bocas convenientemente para um maior descanso! *

Ana disse...

Deixo-te um coração cheio de amizade,amiguita :-)Bjinhos

Nilson Barcelli disse...

Escreves tão bem querida amiga...
A tua escrita é límpida, diria mesmo cristalina, porque se consegue ver o fundo do teu sentir em cada verso.
Um excelente poema, com muito sentido, de resto.
Um beijo.

Tentativas Poemáticas disse...

Olá querida amiga Marta

"São essas regiões secretas que nos parece útil explorar. E não é um historiador, mas um poeta que nos servirá de guia." (Louis Pauwels e Jacques Bergier", in "O Despertar dos Mágicos".
Para mim, a Marta é uma guia.
Estou feliz. Conheci - finalmente - a nossa amiga comum: Isabelinha "a Maldita".
Deixo-lhe um beijinho com muita ternura.
António

utopia das palavras disse...

Rasgo a noite em que me contive, no sussurro, para que assim tu fosses...poema!

As tuas palavras emocionam-me sempre!

Beijinho

Vanda Paz disse...

para mim faz todo o sentido

muito bonito e intenso este poema

beijinhos

Fátima disse...

Um belíssimo jogo de palavras, sentimentos, ... do tempo e não tempo...
Abraço :)

ARTISTA MALDITO disse...

Olá Martita

Estou contente em voltar aqui, andei a preguiçar, bem...Férias que interrompo para matar saudades.

Um rasgão pode ser uma cor aberta num momento necessário à reflexão. Um rasgão de luz em noite dormente, a quietude fora de nós a pedir união...Comunhão.

Beijinho grande e com muita amizade,
Isabel

p.s. Marta, aproveita bem as férias, descansa, mas diverte-te e agarra bem essa cor cheia de energia, o amarelo da terra, da luz do sol, das cerejas doces, do bico dos melros, do brilho derramado na vida.

Eu disse...

Um novo dia surge...

Trazendo as cores que faltam para os lábios voltarem a sorrir e as mãos criarem!

Beijos

Sonia Schmorantz disse...

Um lindo domingo, Marta!
beijo

Pedro Branco disse...

Vim só de fugida para agradecer a passagem pelo meu cantinho e para dizer que voltarei com tempo para ler e sentir.

Secreta disse...

Não prendas as palavras...