Se não estivessem tão flácidos
estes dedos do tempo,
ainda seguravam a Primavera
das acácias em flor.
Agora arrastam-se, quase
folhas de nervura seca,vindas
passo a passo, de tão longe.
Oiço-te ainda rio. Oiço
no teu canto orvalhado
esse desejo de mitigar a sede
entre a ternura da folha seca
e o vermelho das rosas,
respirado.
É o tempo da cor intermédia
entre o preto do verso completo
e a audácia de uma estrofe a voar.
Chega Abril, de muito longe,
cada vez mais rente ao chão.
Já ofega sobre as ervas, este tempo
de mãos descaídas. Rastejadas.
É o vilão do verde das colinas
lâmina que penetra
neste tempo de rosas desmaiadas.
MV
8 comentários:
uma lua-poesia quase sem magia? ai ai ai toca a arribar pelo poetar, pois envelhecer não significa apenas morrer...é tb sabedoria adquirida pelo silencio (d)a dor, quando os sorrisos e as lagrimas são misteriosos trilhos do coração.
fIca bem, maRTA ;)
bj luz e paz
Envelhecer é parar de lutar...como costumo dizer, não existe idade mas sim VIDA.
GBjo, uma boa semana
Fatima
Olá Marta
PARABÉNS. Muitas Felicidades.
Um delicioso poema para partirmos em fatias e saborearmos calmamente, porque o tempo pode esperar.
Beijo
António
Belíssimo poema, Marta. Belo! Do melhor que tens feito. Um início deslumbrante que agarra quem lê. Que a flacidez não chegue nuca aos nossos corações. Fazes-me uma visitinha? Abraço.
Lindo poema, mas enquanto houver vida, mesmo que se arraste, ainda há de ter primaveras..
beijo
Belíssimo poema! Envelhecer é uma lição que se aprende com os anos e com a magia dos gestos.
Parabéns por este belo momento!
Beijinhos***
Manuela Fonseca
Lindo poema.
Não te esqueças que saber envelhecer é uma arte.
Beijos
Marta,
Lindo o teu poema!
Também falo da Primavera... :)
Beijo
AL
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