terça-feira, 25 de maio de 2010

VISÃO À LUZ DA MADRUGADA



A noite engole vozes cansadas.
Só permanece o trote da mulher
que voa as crinas desenhadas em aço.
Atravessa lodo breu e suja os lábios
inclinados em conspiração de silêncio.
Vira-se o vento nas veias,
enquanto conjuga outros verbos no poema.
De suor projectado em doces orvalhos
multiplica apelos suculentos a frutos
que espreitam em postigos iluminados.
Encolhendo o corpo entre minutos de lama
a mulher segue a trote e cresce
para a boca de uma nova madrugada.

MV

5 comentários:

Secreta disse...

Nova madrugada, nova visão de sentires.
Beijito.

poematar disse...

Um poema que projecta, já, optimismo, uma saúde que desperta através da mulher que "trota". Obrigado pelas tuas palavras no blogue. É. A M. Faithfull não é muito divulgada, nem seria de outra maneira... Eu gosto. Irei publicar mais vídeos dela. Ainda estou bastante "atrapalhado". Veremos se daqui a 8 dias já "respiro" um pouco melhor. Tudo de bom.

A.S. disse...

Marta...

Belo o teu poema!


Madrugadas de fascinio e ilusões, querendo confundir os nossos corações...

Beijos
AL

Nilson Barcelli disse...

"... e crescepara a boca de uma nova madrugada."
Excelente poema, gostei imenso.
Querida amiga, boa semana.
Beijos.

Anónimo disse...

(...)