Deixa sair das nuvens uma água
que te molhe a pele
e te abra os poros
para que deles saiam remorsos
do que ainda nem sequer fizeste.
Deixa passar a água do mar
sobretudo se ela vier em ondas
para te levar as incertezas
do que pode ou não acontecer amanhã.
Deixa atear o lume
e permite-lhe que queime o lacre do preconceito
que te fecha o coração.
O coração quer-se solto que nem ave de campo.
Deixa escancarar as portas da mansão
onde te habituaste a cristalizar receios
que te atacam, tal garras de fera.
Deixa rebolar nos seios
o desejo do beijo, da carícia, da língua.
Fecha os olhos se não queres ver,
mas deixa.
Deixa que o óbvio se torne não óbvio,
se isto ou aquilo ainda não aconteceu.
Deixa que tudo isto aconteça
e deixa que aconteça muito mais.
Deixa-te levar no voo do pardal,
mesmo que te canses
mesmo que adormeças.
O pardal voa sem medo
mesmo que tenha de suspender o voo
ao aviso do espanta-pardais.
Acredita, será fugaz esse momento.
É que o medo não deixa viver.
MV
17 comentários:
"Deixe rebolar nos seios
o desejo do beijo, da carícia, da língua.
Fecha os olhos se não queres ver,
mas deixa."
Belo... muito belo!
Beijos, querida!
AL
Quanta beleza e sensualidade minha amiga!
Gosto desta lua inspirada e clara.
Sem Medo, Perseguindo Um Final Feliz!
Beijinhos.
Como se se tratasse de uma "virgindade"...
Muita doçura neste "O medo não deixa viver".
Bjo. Gui.
O medo condiciona-nos, sem dúvida! Cabe a nós contorná-lo :)
Belíssimo poema! Sensual e terno como uma carícia.
Bonita lua te inspirou...neste caso...sem medo.
Excelente.
Bjito amigo e uma flor
O medo nunca deixa alcançar
O medo nunca nos deixa avançar
A andorinha sabe o caminho do sol
Porque não tem medo de lá chegar...
Sem medo, te digo que este poema me apetece roubar :)
Beijinhos ternos.
Um belíssimo poema, muito bem construído; como sempre um óptimo e oportuno fecho do poema - há por aí muito medo. Abraço.
Belo, sentido e sensual.
Porquê medo? Parece-me mais uma mensagem, e muito forte, de coragem.
Posso usar o link?
Cumprimentos Marta.
Passei para uma visita :)
Beijito.
Amei!
te sigo sem medo e vivendo!!!
bjkas
tro"Deixa atear o lume
e permite-lhe que queime o lacre do preconceito
que te fecha o coração.
O coração quer-se solto que nem ave de campo."
Que maravilha...era muito bom que esse lacre se queimasse...
Beijinho
Muito bonito e censual, adorei beijinhos!
Tens razão, o medo não deixa mesmo viver.
O teu poema, para além de ser excelente na forma, deixa-nos uns quantos conselhos para a vida no conteúdo.
Parabéns pelo talento que a cada poema revelas.
Beijinhos.
Marta, tens o endereço do e-mail no meu perfil.
Beijos.
É que o medo não deixa viver.
sem dúvida...
parabéns
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