Limpa-me laranja brava de Maio
desta acne que me veste de inquietação.
Afia-te foice romba
que mascas a grama nascida nas mãos.
Enfurece-te vento
roça a terra, o rio, roça-me a pele,
tomba no leito fumo de incenso
e purifica os sonhos sem chão.
Que a uva não se tansforme
na embriaguez do vinho
Depressa os bagos se soltem
e sejam consumidos longe do meu caminho.
Se existe Deus
que Ele me ajude a jejuar
não de leite, pão ou carne
mas de palavras pressentidas em cada acordar.
MV
15 comentários:
Bom dia ,minha poetisa, estava de saída mas dei uma olhada nos mails e estava o teu comentário, como boa escritora não queres aceitar o desafio, eu convoquei umas três pessoas porque sei que gostam muito de desafios e depois queria ir a mais algumas mas não tive tempo e agora à medida que vão aparecendo aguardo a tua vez.
E agora o teu poema que está uma Laranja de Maio deliciosa de fazer crescer água na boca com bagos de uvas à mistura, é isso que nós esperamos das palavras quando escrevemos e quantas vezes nos faltam e depois saem coisas que nós próprios por vezes duvidamos se fomos nós que escrevemos.
Muitos beijinhos
Quando a saudade é um rio, onde correm as lágrimas, tocando as flores, deixa-as cantar canções de embalar, para que a doçura do dia atenue cada acordar.
Um bom resto de dia, e um bom fds
Fatima
procurar a luz pode ajudar a descortinar a amargura deste palavrear.
Palavras intensas estas, que nos fazem meditar...
Beijito.
Sensibilidade poetica a tocar na magia da natureza. Parecem quase tocar-se e parece que nao o fazem para que a magia nao se perca. Gostei!
Obrigado pelo apoio e palavras de carinho. Depois, faço um post a contar como correu e também com fotos :)
Fico feliz que estejas a apreciar devagarinho o meu Último Beijo. Tem sido um livro feliz, o que me deixa muito contente.
Um beijinho muito grande*
Manuela Fonseca
Marta...
Belo o teu poema!
A intensidade das palavras é perturbadora. A construção poética é excelente!
Parabéns pelo teu talento!
Um beijo
AL
Quando leio poesia que se projeta além das palavras, creio que nada está perdido ainda.
Texto belo.
até mais.
Jota Cê.
Ante o esmorecer das palavras eis que a poesia as alimenta!
A robustez e a força dos teus poemas encanta-me!!
Beijo, Marta
Muito bom este poema!
Feliz dia das mães.
beijos
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Pois que assim seja, minha amiga... Seu poema é quase uma oração! Uma belíssima oração...
Beijos de luz e o meu carinho!
ps...fiquei muito feliz pela visita!
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Excelente!! Muito bom...gostei do que encontrei por aqui!!
Sensacional!!
"jejuar não de leite, pão ou carne
mas de palavras pressentidas em cada acordar."
é uma frase muito interessante.
Bjs
Marta... vim reler-te, rever-te e deixar um beijo!
AL
Ricos versos encontrei aqui...
Alimentando a minha alma da mais pura poesia.
Beijos com carinho e saudade
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