quinta-feira, 18 de novembro de 2010

MESMO ASSIM


Um verso de água
brotava da neblina inflamada.
Sôfrego
bebia o azul do mar
até lhe sobrar apenas o incolor.

Os olhos sabiam do abismo do mar
e sabiam do delírio do verso
que voava rente  à fluidez da espuma.
Sabiam ainda que o azul não ressuscitava.

Mesmo assim
entre línguas de areia
o verso surpreendeu os lábios
num beijo de cristal.

E o verso naufragou.

MV

7 comentários:

Armando Sena disse...

Mais um belíssimo poema. Obrigado por partilhar tão bela escrita.

mundo azul disse...

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...mas, mesmo assim valeu, não é?

Um momento triste/alegre retratado nesse poema... Gostei demais!


Beijos de luz e o meu carinho!!!

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Teresa disse...

Passei para lhe agradecer as suas amáveis palavras.
Gostei do crescente da sua Lua!
Ah!Vou voltar,certamente vou encontrar sempre um verso para me surpreender!

A.S. disse...

Um verso, mesmo naufragado, continua a navegar na sensual ondulação das águas...

Lindo o teu poema!!!

Beijos...
AL

Nilson Barcelli disse...

Adorei o teu naufrágio.
A tua poesia encanta-me... excelente poema, querida amiga.
Bom resto de semana.
Um beijo sem naufrágio...

Ana disse...

Lindo amiga!!!!!
Bjinho do tamanho do sol.

José Carlos Moutinho disse...

Fantástico...deliciosa poesia.