quinta-feira, 25 de setembro de 2008

SE EU FOSSE ALGUÉM...

Se eu fosse alguém

entrava em mim

e a mim me demitia.

Rasgava as telas que à noite “pinto”

com pincéis molhados em desassossego.

Apagava as tempestades

que nos quadros difusos retrato.

Riscava a azul, em jeito de censura,

as palavras que construo

com sílabas desordeiras.

Se eu fosse alguém

calava os silêncios que me sufocam

na voz de tantas palavras.

MV

3 comentários:

Paulo Afonso Ramos disse...

"Se eu fosse alguém"

Voava nos tempos
e chegava de mim
até ao mais nobre sim
para validar o poema
que há em cada mente,
sentiria cada emoção
encolhida na minha mão
e libertava-a
como qualquer pomba branca.

Se eu fosse alguém
poderia ver
os que fora de mim
voavam para dentro
e os que voam de dentro para fora
assim, libertava a voz
que mandasse em cada fim.

Se eu fosse alguém
todos seriam também...

José Manuel Brazão disse...

Poema lindo e já agora bem comentado pelo Paulo Afonso!
Beijinhos

f@ disse...

Olá Marta,
Sem sossego no silencio!... que as palavras cruzam os sentidos os confundem...
As telas pintadas na noite de tempestade podem mto bem ter a luz dos raios ... durante a trovoada...
Tantas palavras e silêncios amenos...
beijinhos das nuvens