segunda-feira, 13 de outubro de 2008

SEMEIO O SOL

Caíu de espasmo em espasmo

em golpes infringidos pelo vento

o verde da árvore que me erguia vertical.

Deitaram lágrimas as estrelas do céu

apagou-se a luz que tombava do luar

e que me afagava docemente o rosto.


O tempo, com tempo,

foi percorrendo equações circulares

sempre sem teorias de resolução.


Mas hoje…

alvoreceu a manhã como um mar indomável.


E é então que …

semeio o sol na seara da vida.

Ponho as mãos em fuga

de um combate sem aliados.

Sorvo néctares, muitos néctares de vigor.

Pego em flautas e violinos

combato moinhos de vento

e encho pautas musicais

de notas livres como a brisa.


MV

6 comentários:

nas asas de um anjo disse...

Marta, a última estrofe está linda, vigorosa e já me semeaste o sol, nesta tarde um pouco nublada.bjs

Ricardo Silva Reis disse...

Poema fortissimo e muito bonito.
Gostei muito. Parabens
Beijinhos

Paulo Afonso Ramos disse...

quanta força este poema consegue transmitir?
imensa...
leio e releio...
e saio ao som de:

"Pego em flautas e violinos combato moinhos de vento e encho pautas musicais de notas livres como a brisa."

Marta um beijo de gratidão

Borboleta Selvagem disse...

Sinto uma enorme dificuldade em conseguir responder ao que acabei de ler! As tuas palavras acabam com as minhas.
Bem, talvez por isso fique só com um comentário simples! Porque adorei a tua maneira de exprimires o que vai aí dentro. É uma sinceridade espectacular! Deste lado, creio conseguir sentir o que sentes ...

Amei mesmo!

Fátima

José Manuel Brazão disse...

Cada vez que visito o teu blog fico surpreendido.
Tens uma forte inspiração e imaginação que crias imagens onde por vezes me envolve!

Gosto muito do que escreves e dos teus comentários que dariam novos textos.

Beijinhos Marta

mundo azul disse...

...semear o sol!Só mesmo poetas conseguem isso...

E semeou mesmo nesse belos versos que gostei tanto!


Beijos de luz e o meu especial carinho!!!