quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

MEMÓRIAS




Por entre as nesgas do tempo

desfiam-se-me recordações

presas aos olhares da infância.


O amarelo das acácias em flor

avivando a luz modorrenta da tarde.

O ar mesclado de odores em contradição

sujando palavras- hoje - já apagadas.

Em tiras de papel

rabiscos de paixões inócuas

guardadas no canto das cigarras.

Palavras e mais palavras escritas

paridas do abecedário feito a carvão.

Águas lisas, marés vivas,

tempestades afundando embarcações.

Enxertos de roseiras bravas

podas de videiras em germinação.


Memórias em olhar de criança

sonhos presos na palma da mão.


MV



17 comentários:

ARTISTA MALDITO disse...

Olá Marta


A memória parece caber assim "na palma da mão", em "tiras de papel" e cantos que se elevam da terra. Os sonhos, esses são como uma roseira, mais fortes nascem tal as rosas depois da poda. E os ciclos da vida repetem-se inexoravelmente.

Beijinhos
Isabel

CarlaSofia disse...

Olá Martinha,
somos também memória neste cruzar pela vida.
deixo aqui um beijinho de LUZ

Aprendiz de Poeta disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
vieira calado disse...

Recordações onde eu me encontro.

Gostei de recordar.


Bjs

Anónimo disse...

Belo fecho de poema "sonhos presos na palma da mão." Há por aqui gente a fechar bem os poemas. Óptimo. Obrigado pela tua visita. És mais uma pessoa na área da Educação, também lá ando e no meio de grande baralhação. Depois falamos. Estou atolado.

Tudo de bom

José Manuel Brazão disse...

Bonito poema de memórias de uma vivência entre crianças!

Beijos com carinho

impulsos disse...

E belos sentimentos te ditaram as palavras doces e tão cheias de emoção.

Beijo

Sonia Schmorantz disse...

Estou sempre dando adeus:
também ao desencontro e ao
desencanto.

Estou sempre me despedindo
do ponto de partida que me lança de si,
do porto de chegada que nunca é
aqui.

Estou sempre dizendo adeus:
até a Deus,
para o reencontrar em outra esquina
de adeuses.

Estarei sempre de partida,
até o momento de sermos deuses:
quando me fizeres dar adeus à solidão
e à sombra.


Lya Luft –Brasil

beijos

EDUARDO POISL disse...

O orvalho cobre
as flores da manhã,
gotículas frescas
e o alvorecer
da rosa de porcelana,
quando o júbilo
se inventa
numa única palavra dita
e o aroma nos liberta.
(Paula Raposo)

Tenha uma sexta feira linda com muito amor...
Abraços

Maria Manuela Amaral disse...

"Memórias em olhar de criança

sonhos presos na palma da mão."

Revi a minha vida de criança, adolescente, adulta neste teu lindo poema, Marta! Gosto de me identificar com o que leio, sinto-o mais profundamente, por vezes, até uma lágrima rola...
Obrigado por este momento lindo!

Beijinhos ternos*

Manuela Fonseca

Eu disse...

Fiz uma viagem no tempo ao ler as suas palavras...

Meu olhar de criança que me acompanha a cada dia... e os sonhos que ainda teimo em ter preso na mãos...queria ousar voar!

Fiquei emocionada...

Beijinhos

BC disse...

Marta,Martita tenho lá uma prendita.
Agora falando a sério, tantos sonhos que ficam presos nas palmas das mãos e nunca se desprendem ao longo de toda uma vida.
Como sempre muito reais as tuas palavras.
Beijocas
Isabel

Ana disse...

Palavras meigas...doces...
Brigada pela visita e felicidades para ti Marta.É um orgulho ler as tuas palavras.
Bjinho amiga, até sempre:)

Ana disse...

Marta,é uma honra para mim,brigada amiga!
Não querendo abusar da tua simpatia,podia acrescentar a foto a mensagem da "conversa" entre as duas margens?
Um coração cheio de amizade e bom fim de semana. Marta,
bjinho e obrigada pela gentileza:)

ARTISTA MALDITO disse...

Bom Dia Marta

Venho trazer-lhe uns mimos, estão lá, no meu sítio, com carinho.

Beijinhos e bom fim de semana
Isabel

Anónimo disse...

oi minha kida
cá estou...
co um desafio para ti, lá no blog :)
bj e obrgda pelo teu carinho

fragmentus

BC disse...

Olá Martita,
desculpa fazer-te esta pergunta, mas faltava-me alguém nos seguidores e não conseguia ver quem era, agora é que percebi que eras tu.
Sais-te ou teria acontecido alguma coisa????
Eu não ligo , ou melhor não estou a controlar, mas como são pouquinhos, faltava-me alguém e só agora depois de muitas voltas à cabeça, é que percebi que eras tu.
Beijinhos
Isabel