Ponho os olhos inquietos naquela procissão.
Leva dois andores muito distintos:
rosas vermelhas aveludados rasgam a serenidade
papoilas sedutoras incendeiam a procissão.
Limpo o pensamento com água asseada
esfrego-o com cristais de mar.
Hesito.
Não sei em que andor hei-de pegar.
Ofereço o ombro tímido às rosas
ponho o ombro atrevido no andor das papoilas
ofusco-me naquele mar de confusão
fogem-me as forças, impedem-me de continuar
peço desculpas aos andores.
Volto as costas e vou-me deitar.
MV
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