quinta-feira, 17 de julho de 2008

É COMO O CIGARRO QUE ARDE


É como o cigarro que arde.

Põe-se nos lábios

devagar

com suavidade

para não o magoar.

Aspira-se,

segundo a segundo

lentamente

para um prazer sem prazos.

Ou aspira-se com avidez

para um prazer intenso

como se o tempo

para outro sítio fosse mudar.

Vai ardendo entre os dedos

bem preso para não se soltar

e a deixar marcas

que não se gostam de mostrar.

Vai-se esfumando

perdendo-se em ondas

em fios de nuvens.

Chega ao fim!

Apaga-se!

Deita-se fora!

É como o beijo que não se dá.


MV

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