quinta-feira, 24 de julho de 2008

VEZES DE MAIS

Já são muitas vezes
vezes de mais
em que os meus olhos
se arrependem e gritam não
se espreguiçam com lágrimas
se recolhem sem querer ver
esta rodilha pintada
de branco e preto
de tudo e de nada.
Recolhem-se
quando acorda o dia,
mostram-se quando
a noite se levanta
e, então,
procuram consolo
na lua ardente
ou na lua vazia
ou na lua traidora
ou na lua cheia
mas…nada!
E depois estendem-se
por caminhos improváveis.
E começa a doer
a doer muito.
E a luz que mora no peito
tortura-se e apaga-se
com brindes
de tanto e de nada.
Já são vezes de mais!

MV

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