Logo que o dia deixa a noite
e os raios de luz pintam a manhã
é vê-los em bando e em comunhão.
Recosto-me na cadeira
quedo-me
e permito que os olhos
recolham esta valiosa tela.
Pedem licença às asas
e rompem o ar
(ainda sossegado)
em manchas cinzentas
ou em branco de prata.
Seguem em estradas rectas
ou em círculos desenhados
com movimentos de pintores.
Sempre no mesmo espaço
elevam-se com asas em leque
e descem como papagaios de uma só cor.
À tarde, o ritual sucede-se
o deles, pombos, e o meu.
Cá de cima vejo muito
vejo tudo o que imagino querer ver.
De olhos abertos
vejo aquele bando de pombos.
MV
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