sexta-feira, 25 de julho de 2008

CATAVENTO

O vento sibila dando ordens ao catavento
“Gira para norte, gira para sul
Gira a gritar, gira a sussurrar”.
E o catavento gira tanto
que as palavras se começam a enovelar.
Gira com raiva
emaranhando as sílabas na poeira do ar.
Gira batendo nas frases
que ninguém pode escutar.
O catavento quer parar
precisa de descansar.
Iludiu-se.
O vento arranha cada vez mais
enrola as palavras
não as deixa soltar.
Como é que as palavras se hão-de alinhar?

MV

1 comentário:

José Manuel Brazão disse...

Um poema bem escrito com imagens!

Beijinhos