sexta-feira, 11 de julho de 2008

ONDE VOGAM OS MEUS DELÍRIOS


Procuro-os, sinto-os, quase os vivo.

Vogam por aqui, por ali

Nos abraços dados à lua

Nas noites escuras em que estou só.

No orvalho transparente

Molhado, sedutor

Caído na folhagem.

Nas lágrimas quentes e loucas

Gritadas bem alto

Ou abafadas no meu silêncio.

Vogam para cá e para lá

Enleados nos braços do pensamento

Atados às minhas mãos

Com algemas de ternura

A caminho do céu cinzento.

Vogam na sombria madrugada

Colorida e desbotada.

Vogam… e vogam…

Nas nuvens voadoras sem asas

Nas estrelas do meu olhar

Na terra viva e quente

Na chuva muda e cantante

Nos passos quietos e andantes.

Onde vogam os meus delírios?


MV


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