Cai a tarde do andaime que a segura
esvoaçam as penas dos pardais
em rolos de vendaval
mancham o ar borboletas sem asas
apaga-se o sol na poeira formada
fogem aturdidas as cores das gardénias
fica prostrado o verde das árvores.
Ergo a minha sombra
com uma força desconhecida.
Agarro a tarde e sento-a no regaço.
Chamo os pardais
as borboletas
o sol
as flores
as árvores
e num rugir de leoa enfurecida grito:
“Ninguém me ata as mãos!
Ninguém me vence pelo cansaço!”
E a tarde brilha no meu regaço.
MV
1 comentário:
Grito imenso esse que dá um brilho único ao céu...
que todas as manhãs e tardes e noites... brilhem no teu regaço
beijinhos das nuvens
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