Hoje é urgente
arremessar na noite palavras ao vento
rasgar a roupa que as asfixia
perfurar e apedrejar este fio de tempo.
Hoje é urgente
gritar letras e palavras adiadas
a envelhecerem ao meu lado
sem freio, pelas rugas já talhadas.
Hoje é urgente
deixar a caneta errar ao relento
pegar nas letras que gotejam
nesta voz matizada de cinzento.
Hoje é urgente
soltar palavras neste ar constelado
deixá-las partir à bolina
libertar este grito de gemido apertado.
Hoje é urgente
gritar palavras ao vento
e talvez a lua traduza este grito
e me devolva pela manhã
uma cerimónia de palavras em rebento.
MV
2 comentários:
hoje é urgente... dizer que gosto do que escreve, gosto, muito!
Abraço
grande poema...faz-me lembrar um poema de manuel alegre....muito bom o poema e podes voltar sempre que quiseres, o prazer dos teus comentarios é meu:)
beijos***
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