sexta-feira, 15 de agosto de 2008

QUERO


Não quero incertezas bordadas a tormentas

Não quero pele queimada pela inquietação

Não quero fios tecidos com limalhas

Não quero luzes a atraiçoar o fulgor da vida

Não quero sonhos sonhados em lençóis de mágoa

Não quero brindes feitos em taças de fel

Não quero poemas de palavras sem rima

Não quero paletas sem cores de matizes sonoras

Não quero músicas que acordem a noite do corpo

Não quero tábuas talhadas nas fresas da incerteza

Não quero mais emoções a dar vida à saudade.

Quero o que não quero


MV

3 comentários:

Daniel disse...

Marta Vasil

Gostei do teu poema, é uma outra forma de dizer: não, não e não, mas é certo que encerra uma certa força de querença, de mente fortemente realista.
Beijos
Daniel

lua prateada disse...

Vai atrás do teu sonho...dá um passo de cada vez, não te detenhas, continua a escalada, pois lá xegarás...Feliz semana.Se
estás de férias apenas aproveita e, GOZA muito...
Beijinho prateado
SOL

José Manuel Brazão disse...

Gosto deste tipo de poemas!
E fez-me pensar que na Vida - por vezes - sabemos o que não queremos, mas não sabemos o que queremos!
Há muito que isso não me acontece!

Beijão